Na última terça-feira, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida recebeu os símbolos da jornada mundial da juventude durante a 3ª Romaria Nacional da Juventude. Na madrugada, os milhares de jovens presentes participaram da vigília e adoração. Pela manhã, foi celebrada uma missa, e em seguida o padre Fábio de Melo deu uma palestra sobre a fé. Em sua partilha, nos explicou sobre a diferença entre a fé natural e a fé sobrenatural.
A experiência de fé sobrenatural é fé naquilo que não podemos ver, é sair da nossa realidade humana para nos conectar com algo maior, que nos ultrapassa. “A fé que eu faço em Deus é uma fé que me ultrapassa”. Essa fé é o dom que recebemos de Deus. “A Igreja nos ensina que acreditar em Deus é um dom que nós recebemos, todos nós recebemos, mas de alguma maneira, uns desenvolvem mais, outros desenvolvem menos, e à medida que a vida vai nos colocando na necessidade de acreditar em Deus, a gente vai tendo a oportunidade de crescer nessa fé sobrenatural”. Essa é a fé em que, nos momentos de dificuldade, recorremos a Deus, suplicando Sua ajuda, sua misericórdia.
A experiência de fé natural, acredito que podemos definir como algo ou alguém que podemos tocar. Padre Fábio nos disse que a primeira experiência de fé que temos foi uma experiência natural, quando nos agarramos à nossa mãe para que a gente não caia do colo dela. Fazemos uma experiência de fé natural o tempo todo, como por exemplo, quando saímos de carro, e temos fé que chegaremos ilesos ao nosso destino, ou quando temos fé de que a sala em que estamos não cairá sobre a nossa cabeça, ou a mesa aos nossos pés.
Segundo padre Fábio, o verdadeiro significado de religião é nos religar a Deus, fazer com que esse dom recebido de Deus, se transforme numa tarefa humana, um testemunho. “Todo ser humano que se prostra diante de Deus em adoração, tem responsabilidade ética, moral, de estar também prostrado diante das situações humanas que carecem da sua ajuda”. Nenhuma fé pode ter sentido se ela não estiver praticante. Padre Fábio também falou sobre os jovens que, cada vai mais precocemente, se envolvem com o álcool, as drogas, a prostituição... As universidades que, cada vez menos se preocupam com o saber, com o conhecimento, tornando-se pontos de encontro para festas, com bares, drogas e, às vezes, prostituição, tratando a juventude como idiota. Cada vez mais o jovem tem se permitido ser visto sob essa imagem de idiotização, aceitando ser nivelado por baixo.
Chega! Já é hora de darmos o grito de liberdade. Como jovens, temos a responsabilidade ética e moral de salvarmos a outros jovens. Sejamos sempre Guerreiros da Paz, guerreiros da geração das micaretas e raves. Não há qualquer problema em gostar destes tipos de festas, músicas ou qualquer outro, mas sejamos a diferença nestes lugares. Sejamos a figura do próprio Cristo Ressuscitado onde quer que formos. Devemos mostrar que a juventude cristão se faz presente em todo e qualquer lugar. Certa vez falei a um amigo sobre minhas inquietações em relação a servir a Deus, mas gostar de ir às baladas e festas com os amigos que não frequentam a igreja, e este amigo, um sacerdote, me disse que não há problemas em sairmos para os lugares onde a presença de Deus não é vista com frequência, podemos ir, mas temos a responsabilidade cristã de darmos testemunho da nossa fé com nossas atitudes, com nosso comportamento.
Seja você também um jovem a serviço da salvação de outros jovens, seja você também um Guerreiro da Paz.
Texto: Raquel Bariani